O determinismo geográfico trabalha com a ideia de que o
ambiente em que vivemos influencia diretamente na diversidade cultural existente.
Este tema ganhou grande impulso com as ideias de Ratzel, que foram
empregadas para a reunificação alemã e também para justificar o processo
neocolonialista na África. O geógrafo alemão desenvolveu o conceito de espaço
vital, utilizado pelos alemães na tentativa de expandir seu território. A
associação que Ratzel procurou fazer foi entre a nação e uma determinada
quantidade de superfície com recursos necessários para a manutenção ou para o
desenvolvimento daquela cultura.
Ratzel utilizava muito mais a metáfora do organismo vivo, essa ideia organicista, ou seja, o povo e seu solo formam um todo. Então o povo não pode sobreviver sem uma determinada quantidade de solo.
Ratzel utilizava muito mais a metáfora do organismo vivo, essa ideia organicista, ou seja, o povo e seu solo formam um todo. Então o povo não pode sobreviver sem uma determinada quantidade de solo.
Mas Ratzel não é o cara chave do determinismo geográfico, apesar
de ser muito associado a isso. O cara chave se chama Carl Ritter (1779 –
1859). Ritter fez uma lei das costas dos litorais onde ele relacionava o
desenvolvimento dos países com a existência de litorais recortados. Os lugares onde tivessem litorais muito retilíneos, não seriam
pendentes ao desenvolvimento.
No
século XI geógrafos criaram teorias sobre este assunto, causando certo impacto
e popularidade, no livro Civilization and Climate (1915) de Huntington a
abordagem é sobre o clima e como ele pode interferir se tornando um fator
importante no desenvolvimento da população local. Mas a história do desenvolvimento das civilizações mostra que não é correto
afirmar que antes da chegada dos homens “civilizados”, das latitudes mais
altas, os povos dos trópicos eram “subdesenvolvidos ou pobres”. Afinal, que
argumentos sustentariam a veracidade dessa afirmação? Muitos estudos mostram
que as técnicas desenvolvidas pelas culturas dos trópicos eram bastante
desenvolvidas para a época, muitas delas superiores às dos povos de clima
temperado. Os ideais europeus tornaram-se o modelo de desenvolvimento para o
mundo e subjugaram os demais.
A partir disso, difundiu-se
a ideia da indolência entre os povos localizados na faixa da linha do equador,
e usaram-se argumentos científicos como localização e incidência dos raios
solares na superfície da terra para justificar a dominação.
As teorias criadas entre os séculos XIX e XX procuravam
afirmar que o desenvolvimento das nações e as características genéticas das
diferentes culturas eram determinados por padrões geográficos. Na época, o
principal argumento utilizado para basear as leis gerais do determinismo
geográfico era a condição climática dos lugares. No entanto, outros elementos
da geografia física ganharam status científico, tais como a posição e
localização da rede hidrográfica, o desenho dos litorais, a qualidade do solo e
a morfologia do relevo, sendo usados para esboçar algumas teorias nesse período. Ainda assim não é possível afirmar que fatores
climáticos determinem se um país será rico ou pobre, pois o que estabelece isso
é o âmbito político e não climático, sendo assim entendemos que não há uma relação direta entre as
condições geográficas e o tipo de desenvolvimento de uma nação.
Na relação entre determinismo geográfico e
desenvolvimento dos Estados deve-se considerar também a questão da divisão territorial do trabalho.
Citando Formação
do Brasil contemporâneo, de Caio Prado Junior, podemos verificar que a ideia da colônia de
exploração se assenta num meio tropical que é o meio complementar ao meio
europeu. Em função disso, criam-se certos mecanismos e sociabilidades que serão
determinantes de posições que até hoje persistem.
Paulo César da Costa Gomes, professor de geografia da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em seu livro Geografia e Modernidade, explica que o
determinismo na geografia não se define apenas como uma metodologia que conduz
à verdade, mas também como um instrumento de previsão. “Ao antecipar os
resultados, o determinismo permite uma ação no mundo. Assim, sob esta forma, a
ciência deixa de ser expectadora da realidade para se tornar o meio fundamental
de intervenção”.
Atualmente, grande parte dos pesquisadores nega a validade das
teses do determinismo geográfico, seja no estudo sobre o desenvolvimento de um
território, seja no comportamento das culturas.
O Determinismo Biológico
O
Determinismo Biológico constitui um importante tema no meio em função de suas
implicações na sociedade, especialmente no que se refere às diferenças entre
indivíduos e populações humanas de um modo geral.
Ele
está presente em diversos estudos na área da genética e neurociências, na
medida em que buscam identificar e justificar as diferenças comportamentais e
cognitivas entre indivíduos restringindo-as à informação genética e processos neurofuncionais,
no entanto, a herança genética não tem nada a ver com as ações e
pensamentos. Todos os atos humanos dependem inteiramente de um processo de
aprendizado. O homem criou o seu próprio processo evolutivo, nenhum outro
animal tem toda a terra como o seu habitat, apenas ele conseguiu esta proeza, superando
o orgânico, o homem de certa forma libertou-se da natureza e ao adquirir
cultura perdeu a propriedade animal, geneticamente determinada, de repetir os
atos de seus antepassados, ele adaptou-se ao meio.
Cesare Lombroso (1835-1909), criminalista italiano, que acreditava que a herança genética tinha alguma coisa a ver com ações e pensamentos, relacionou a aparência física com tendência para comportamentos criminosos (foi considerada verdade científica e justificativa para as diferenças raciais). O resultado foi discriminações raciais e sociais.
Hoje
sabemos que o homem é o resultado do meio cultural em que foi
socializado. A manipulação criativa do patrimônio cultural é que permite as
inovações e as invenções.
Não
basta a natureza criar indivíduos altamente inteligentes, é necessário colocar
ao alcance desses indivíduos o material que lhes permita exercer a sua
criatividade de uma maneira revolucionária.
As
diferenças genéticas hereditárias não constituem um fator de importância
primordial entre as causas das diferenças culturais e civilizatórias dos diversos
povos ou grupos étnicos. É a história cultural de cada grupo que explica essas
diferenças.
Com
isso concluímos que não é a racionalidade biológica (determinismo biológico)
que determina as diferenças de comportamento entre homens e mulheres, mas a
cultura.
O comportamento é o resultado de aprendizado, comportamentos diferentes são o
resultado de educação diferenciada.
Grupo:
Barbara Garcia
Camila
Mariano
Leonardo G. Brocco
Marcelly Rezende
Monique Oliveira
Robson Luiz Junior
5 comentários:
Muito interessante...Me ajudou muito no meu trabalho de Geografia..
Muito bom o conteúdo. Me deu uma grande ajuda no teste de geografia!
Bom trabalho a equipe, achei a parte sobre o determinismo biológico muito interessante. Continuem assim!
Bom trabalho.
é mais ou menos, em relação a conteúdo é bom sim..
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